Mãe e filho “tocam a vida” pelo mundo com a paixão pela música

sergiospires
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Os moradores do bairro Cidade Ademar, Dona Venerando Maria de Jesus, 74 anos e seu filho, Elcio Paulo da Silva, 48 anos, fazem da música, um estilo de vida, tocando seus instrumentos com amor e paixão e viajam pelo mundo em apresentações musicais.


Nunca é tarde para realizar seus sonhos. Esta é uma frase que para muitos é clichê, mas não para a musicista Venerando Maria de Jesus, de 74 anos, mais conhecida como Dona Vera. Ela começou a estudar teclado aos 56 anos, e não parou mais. Hoje toca mais três instrumentos, arcodeon, viola caipira e, mais recente ingressou em um conservatório para aprender a tocar violino. Ela ainda se faz parte do grupo Violeiros Matutos, Violas de Saias e Orquestra Sanfônica, este último, com agenda lotadas de apresentações, pois já se apresentaram na Itália. Tudo isto acompanhada por sua maior inspiração e incentivador, seu filho Elcio Paulo da Silva, de 48 anos, e faz parte dos mesmos grupos, como baterista profissional.

O ingresso na vida musical começou em 2000, quando tina 56 anos de idade, no teclado. Segundo Dona vera, sua vontade era tocar Arcodeon, mas o instrumento era caro e tinha dificuldades de encontrar um professor. “Então resolvi começar tocando teclado”, revelou. Tudo isto com incentivo do seu filho Elcio que já atuava como baterista profissional em algumas bandas. “Além do meu filho, tinha a inspiração do meu pai, quando era criança. Ele tinha uma violinha e eu gostava muito de vê-lo tocar. Fiquei com aquilo na cabeça e depois que vi o Elcio tocando, resolvi começar, e realizar o meu sonho”, disse.

Com as primeiras notas de cor após as aulas de teclado, Dona Vera começou a estudar Arcodeon em 2002. Mas revela que não foi fácil, pois as aulas deste instrumento em um conservatório eram caras, entretanto conseguiu um professor no bairro de MBoi Mirim, cerca de 20km de sua residência, por indicação de amigos, onde ia estudar uma vez por semana, por quase dois anos.

Seu talento musical começou a chamar atenção e, em 2013 foi apresentada para ingressar na Orquestra Sanfônica, que fica no bairro da lapa, na zona oeste de São Paulo. “Eu incentivei ela a começar a estudar música. Procuramos o teclado e foi por acaso. Uma vez um casal veio em casa comprar uma geladeira e viu os nossos instrumentos e nos contou da orquestra. E acabamos conhecendo. Eu entrei primeiro como percussionista, depois veio a minha mãe ingressou”, revelou Elcio.

Desde então, mãe e filho viajam pelo Brasil e mundo a fora em várias apresentações. “Já viajamos por todo estado de São Paulo e para fora do país. Já nos apresentamos na Itália e em várias cidades pelo país como: Montes Claros, Paraná, entre dezenas de cidades do interior”, relatou Elcio.
Tocar teclado e Arcodeon ainda era pouco para Dona Vera. Amante da música sertaneja de raiz, Elcio a presenteou com uma viola caipira. “Em 2008, fui em uma feira musical e fui sorteado. Ganhei uma viola caipira e dei para minha mãe que ficou animada”, comentou.

De imediato, aos 64 anos, se matriculou em uma escola de música para aprender a tocar o instrumento. Depois conheceu um professor de viola caipira no bairro de Piraporinha em Diadema, após algum tempo estudando, foi convidada a fazer parte de mais um grupo, a Orquestra Feminina de Viola de Saia, na qual Elcio também participa como percussionista.

Um novo instrumento apareceu na vida de Dona Vera. “Voltei a estudar, quero aprender a tocar violino, pois é um belo instrumento”, conclui Dona Vera, animada com a nova escola. “Hoje os músicos devem explorar as redes sociais. É o caminho”, afirma Elcio.

Após passar por varias bandas de rock, desde o final dos anos 80, 90 e 2000, O percussionista Elcio Paulo da Silva, faz parte do grupo de música “raiz”, Violeiros Matutos e Orquestra Sanfônica Carlos Gomes de São Paulo, onde faz várias apresentações pelo estado. Ele informa que, para a música autoral, as redes sociais são as soluções, e as bandas covers, aos poucos, vem perdendo o interesse do público.

Com a agenda cheia de apresentações, pela Orquestra Sanfonica, Elcio relata que tocou em várias bandas covers de rock, mas o público tem enjoado, ao contrário de suas atuais bandas. “Antes tocava em bandas de rock covers, e tocava em vários bares à noite, como Foo Fighter Cover, entre tantas outras, inclusive bandas autorais”, relata.

Dificuldades – “Hoje como sempre foi, a área musical é difícil, mas nos anos 80 era o ideal ter uma banda autoral. Hoje é hobby, quem faz, é por amor. Por outro lado, está acontecendo um boom de novos artistas e bandas por conta da internet, pois a galera tem enjoado de bandas covers. Ainda bem”, se alegra.

De acordo com Elcio, hoje os músicos devem aproveitar as redes sociais. “Este é o caminho, principalmente para a música autoral”, finaliza.

Para entrar em contato com o trabalho do Elcio e da Dona Vera, deve entrar em contato com a Orquestra Sanfônica, pelo telefone: 3834-1512, ou para os Violeiros Matutos, no telefone 2950-0792.

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